Marquesa de Santos: Verso & Reverso
Marquesa de Santos: Verso & Reverso é um monólogo de 45 minutos no qual a Marquesa de Santos, Domitila de Castro do Canto e Melo (1797-1867), representada pela atriz Beth Araújo, tem um enfrentamento com o seu biógrafo.
Domitila nasceu e morreu na cidade de São Paulo e tornou-se uma figura pública após o rumoroso caso de amor que manteve por 7 anos com o imperador D. Pedro I (1798-1834). No monólogo, além do relacionamento com o seu “Demonão”, Domitila, “Titília” para os íntimos, questiona o porquê do restante de sua vida não ser contada. Além da questão de gênero, a problemática da escrita biográfica e o apagamento de parte de sua história, a peça também explora as transformações de uma pessoa real em uma figura mítica que atua há 150 anos no inconsciente coletivo do brasileiro.
Sobre a atriz:
Beth Araújo, atriz carioca, arte-educadora, com vasta experiências em peças abordando questões de gênero. Atriz premiada no 11º Festival Brasileiro de Monólogos, 2001. Prêmio Maricá das Artes – Secretaria de Cultura de Maricá – pelo conjunto da obra na temática do Feminino na Literatura 2009 – RJ
Sobre o autor:
Paulo Rezzutti, biógrafo da Marquesa de Santos e de diversos personagens do primeiro reinado, tem obras publicadas no Brasil e em Portugal. Finalista de diversos prêmios, foi vencedor do Prêmio Jabuti 2016 na categoria Biografias.
Única apresentação: 17 de agosto, 10h. Auditório do Solar da Marquesa de Santos. Rua Roberto Simonsen 136. São Paulo. Entrada franca.
Perfume de Marquesa
Hoje, 3 de novembro de 2013, fez exatamente 146 anos do falecimento da Marquesa de Santos. Num domingo, assim como o que passou, a favorita do Imperador D. Pedro I, exalou seu último suspiro às quatro horas da tarde em seu casarão na Rua do Carmo, no centro de São Paulo.
No dia anterior, 2 de novembro, dia dos mortos foi inaugurada a exposição “Perfume de Princesa“, que integra o Beco do Pinto e os prédios do entorno, incluindo o Solar onde Domitila faleceu. A exposição, uma intervenção artística de tubos de metal, perfumes e odores corporais, foi inspirada no imaginário em torno da figura da Marquesa de Santos e no suposto hábito dela demonstrar, por meio de fragrâncias, o seu estado de espírito. Como artista é artista e historiador é historiador, não me peçam mais referências de onde essa informação surgiu. O historiador aqui não tem pálida ideia da fonte de apoio a tal afirmação utilizada pelo artista Walter Malta Tavares, responsável pela obra.
Quem ainda não lidou com a Domitila pode achar que foi proposital a inauguração da exposição no dia dos mortos e na véspera dos 146 anos da morte dela. Mas, de acordo com informações obtidas, diversos entraves, até mesmo burocráticos, teriam colaborado para a escolha da data.
Coincidência? Quem ainda não tratou de perto com a Marquesa que caia nessa! Alguém que, como eu, já coletou diversos “fenômenos” ocorridos no Solar, tais como: poças de perfume que apareceram e desapareceram sem deixar vestígio, funcionários que afirmam ter conversado com Domitila, pessoas que acharam muito interessante o “ator” fantasiado de Rafael Tobias de Aguiar, sendo que nunca houve ninguém vestido como o brigadeiro na atual exposição, ou ainda, coupe de grâce, ter visto mais de uma foto com o suposto fantasma da Marquesa que ronda o andar superior do solar, não tem como acreditar em “coincidências”.
Domitila está mais viva do que nunca em seu solar na Rua Roberto Simonsen e deve estar se divertindo com tanto entra e sai e tanta novidade surgindo a cada ano em torno de si. Que venham mais 146, que venham 300, 500 anos e que lendas, mentiras cabeludas, histórias tristes e alegres sobre ela continuem. Dia 27 de dezembro, aniversário dela, já está logo aí. Qual a próxima “coincidência”?