Salão musical da Marquesa de Santos
Programa fantástico a respeito da música no tempo da Marquesa de Santos, vale muito ouvir, é uma viagem no tempo com trilha sonora!
http://culturafm.cmais.com.br/saloes-musicais-historicos/saloes-musicais-historicos-2012-07-25
Ex-libris sobre São Paulo
Matéria do jornalista Edison Veiga do jornal O Estado de São Paulo falando sobre a minha coleção de Ex-Libris com alguns destaques referentes a São Paulo
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“Quando Começou em São Paulo?” hoje, no Salada Paulista
Hoje, sexta-feira, dia 13 de abril, as 16hs o guia turístico Laércio Cardoso de Carvalho estará autografando seu livro “Quando começou em São Paulo?”, no Salada Paulista
Laércio, um dos melhores guias da cidade, sempre com informações prontas e precisas sobre fatos, construções, comportamento e história cultural e material da cidade de São Paulo, coletou durante anos as informações curiosas desse seu livro. A obra é imperdível.
O Salada Paulista fica na rua “J” no Mercado Municipal – Rua da Cantareira, 306
Quando começou em São Paulo? 458 respostas
Na semana passada conheci o Laercio Cardoso de Carvalho, guia turístico da Caminhada Noturna patrocinada pelo Carlos Beutel, do restaurante Apfel. Esta semana, quando São Paulo comemora 458 anos, o Laercio me envio seu livro: Quando Começou em SP? 458 respostas pelo guia de turismo Laercio Cardoso de Carvalho.
Com estilo de almanaque, a obra conta quando atividades, equipamentos urbanos, serviços e tipos de construção começaram em São Paulo. O livro também revela que nossa cidade foi pioneira, tanto na América Latina, quanto no mundo, em diversos segmentos, sobretudo na participação feminina em diversas atividades antes exclusivamente masculinas.
A obra é repleta de curiosidades sobre nossa cidade e seus serviços. Como a primeira regulamentação cemiterial da cidade. O regulamento previa que se o morto não estivesse morto, e se levantasse do caixão durante o velório, tinha que pagar uma multa de 100 réis!
O livro é ilustrado com fotos em p/b, tem 181 páginas, custa R$ 30,00.
O lançamento será no dia 14 de fevereiro, terça-feira, no Restaurante Apfel Jardins, Rua Bela Cintra, 1343 das 19h30 às 21h00. Caso não possa comparecer os pedidos podem ser feitos diretamente com o autor pelo e-mail: laerciocardosodecarvalho@yahoo.com.br
Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo dá posse a novos membros e comemora 450 anos da morte de Tibiriça
Dia 25 de janeiro, aniversário da cidade de São Paulo, é um dia de festa no Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Nessa data, tradicionalmente, é dada posse aos novos membros da instituição. O IHGSP localiza-se em um prédio próprio no coração do centro antigo de São Paulo, na Rua Benjamin Constant, 158, entre a Praça da Sé e o Largo São Francisco.
Pouca gente que passa pelo vetusto edifício repara em sua grandiosa porta negra. Essa porta já se abriu diversas vezes para dar passagem a personagens ilustres da história do Brasil, como o imperador d. Pedro II, a princesa Isabel e seu marido, o conde D’Eu. Mas como?, deve estar pensando o esperto leitor. O prédio parece ser da década de 50 do século passado! E realmente, o prédio foi inaugurado em 25 de janeiro de 1954, porém a porta pertenceu ao antigo palácio do governo de São Paulo.
Quando o palácio, que ficava no Pátio do Colégio, foi demolido, um membro do instituto, Nicolau Duarte Silva, comprou a porta e com a construção da sede própria doou-a para a instituição.
No próximo dia 25, no IHGSP, o grande homenageado será o cacique Tibiriçá, o primeiro índio a ser catequizado pelo padre José de Anchieta. Tibiriçá foi um auxiliar valoroso na fundação e, principalmente, na proteção do colégio jesuíta, célula primeira de nossa cidade. Os restos mortais do cacique repousam hoje na cripta da Catedral da Sé, no centro de São Paulo, graças a esforços de antigos membros do Instituto. Nicolau Duarte Silva, Afonso Taunay, Ricardo Gumbleton Daunt, entre outros sócios do IHGSP, localizaram as ossadas de diversos personagens históricos importantes para a história de São Paulo e conseguiram que a Cúria os depositassem na cripta da nova catedral, na década de 1930.
Dia 25 também será especial pela entrada no instituto do colega blogueiro Douglas Nascimento, que mantém, junto com Gláucia Garcia de Carvalho, o São Paulo Antiga.
Segue abaixo a programação:
Hino Nacional cantado em guarani: Mestre Robson Miguel
Pai Nosso em tupi-guarani: Marluy Miranda, tenor: Gualtieri Beloni Filho
Palavras da Presidente: Nelly Martins Ferreira Candeias
Palavras do Ministro e Embaixador: José Gregori
Entrega da Medalha Comemorativa do IV Centenário da Fundação da Cidade de São Paulo
Posse da Diretoria, triênio 2012 a 2014
Solenidade de Posse
Brasil: Alfredo Duarte dos Santos, Carmen Lúcia Vergueiro Midaglia, Douglas Rodolfo Nascimento, Eduardo Conde, Érico Storto Padilha, Hagor Kechichian, João Tomas do Amaral, Louiz Carlos Pacheco e Silva, Manuel Alceu Affonso Ferreira, Marcos da Costa, Milton Luiz Festa Basile, Paulo Adriano Lopes Telhada, Roberto Fortes, Rogério Vidal Gandra da Silva Martins e Tales Castelo Branco.
Portugal: Rui Miguel da Costa Pinto
Pronunciamento: Manuel Alceu Affonso Ferreira
Saudação aos novos membros: Hernâni Donato, Presidente de Honra
Oração à cidade de São Paulo, poema de Paulo Bomfim, declamado por Pedro Paulo Penna Trindade
Sessão Musical: Mestre Robson Miguel
A Bucha: sociedade secreta paulista
O desavisado que perambular pelo térreo da Faculdade de Direito da USP, no Largo de São Francisco, centro de São Paulo, por certo estranhará um obelisco plantado em meio ao mais ermo e silencioso de seus pátios. Curioso, notará as alegorias funerárias: tochas em cantaria e demais elementos em bronze, como a placa em latim anunciando que, sob aquelas pedras centenárias, encontra-se enterrado o corpo de um professor, morto de pneumonia em 1841. Júlio Frank, nascido em 1808 — e não em 1809, como consta no túmulo —, seria o criador da
Burschenschaft Paulista, também conhecida como Bucha, ou simplesmente B. P., uma organização formada por estudantes da velha São Francisco. Nascida como uma maçonaria estudantil cujos membros, com o tempo, vieram a ocupar postos-chave no governo, a Bucha passou a atuar fortemente na política brasileira até a queda, em 1930, de Washington Luís (1869-1957), o último presidente bucheiro do Brasil, ao menos que se saiba…
Júlio Frank era um estudante universitário alemão que veio fugido para o Brasil. Envolvera-se em brigas e dívidas durante seu curso na Universidade de Göttingen. Chegou ao Rio de Janeiro em 1831, logo após a abdicação de d. Pedro I. Em 14 de julho partiu para São Paulo. Estabeleceu-se, inicialmente, na colônia alemã da Real Fábrica de Ferro São João do Ipanema, atual Iperó, de onde seguiu para Sorocaba. De caixeiro, passou a dar aulas particulares aos jovens que queriam prestar concurso para o Curso Anexo da Academia de Direito de São Paulo, espécie de preparatório para a faculdade. Protegido pelo influente político liberal sorocabano Rafael Tobias de Aguiar (1795-1857), mudou-se para São Paulo. Deu aulas em repúblicas estudantis até ser contratado em 1834 pelo próprio protetor, presidente da Província, como professor de História e Geografia no Curso Anexo.
O contato diário com os alunos influenciou a formação da sociedade secreta estudantil Burschenschaft (Sociedade de Camaradas). Embasada em ideais liberais e antiabsolutistas, com os quais Frank teve contato no seu tempo de estudante, a Bucha, inicialmente, auxiliava estudantes sem recursos, mas com potencial e vontade de estudar, de modo velado, sem que se soubesse quem eram seus protetores. Com o passar do tempo, a organização extrapolou as arcadas do velho convento franciscano: conforme iam se formando, granjeando cargos importantes, os ex-alunos buscavam colocações para os que estavam terminando o curso. O ideal inicial também foi sendo modificado: no início, a organização era liberal, abolicionista e republicana; porém, arrefecendo-se os ardores juvenis e conforme seus integrantes eram absorvidos pela burocracia governamental, passou a contar com membros conservadores, escravocratas e monarquistas.
Os discípulos de Frank criaram uma estrutura dividida em graus e assim organizaram a Bucha dentro e fora da São Francisco: na faculdade, ela era constituída por Catecúmenos, Crentes e Doze Apóstolos; fora, por Chefes Supremos e o Conselho dos Divinos. Seus membros eram escolhidos entre os estudantes que se destacassem por sua firmeza de caráter, espírito filantrópico, amor à liberdade e aos estudos.
Durante a República Velha, acredita-se, não havia ministro, juiz, ou mesmo candidato à presidência da República, que tomasse posse, ou fosse indicado, sem prévia deliberação pelo Conselho dos Divinos.
O líder estudantil da Bucha era o chaveiro, um estudante do quinto ano. Próximo ao final do período letivo, uma velha chave era pendurada, a cada dia, em um pilar das Arcadas. No último, acontecia uma grande festa, que durante a República Velha contava com a presença do presidente da República, do presidente da Província, do prefeito, de ministros e juízes do Supremo. O jornal O Estado de São Paulo, cujo diretor, Júlio Mesquita Filho (1892-1962), foi um chaveiro, dava ampla cobertura. A banda da polícia tocava, havia banquete, e nessa ocasião a chave era passada do estudante que estava se formando para um do quarto ano.
A história da faculdade revela que mais de um estudante, por diversos motivos, ao não conseguir completar seus exames, transferia-se para a faculdade de Recife — também criada pela lei de 1827 e trazida de Olinda. Para lá teriam levado os princípios da Bucha, influenciando a criação da Tugendbund (União e Virtude).
Durante algum tempo, no subsolo do prédio construído para ser a sede do Liceu de Artes e Ofícios, onde hoje está a Pinacoteca do Estado, foram realizadas reuniões da Bucha, onde políticos de influência nacional prestavam-se aos rituais românticos da sociedade das Arcadas. Conta-se que durante a 1ª Guerra um delegado, vendo a estranha movimentação no Jardim da Luz, e pensando tratar-se de espiões alemães, invadiu uma reunião, dando voz de prisão a um grupo fantasiado. A ordem foi rapidamente revogada pelo próprio presidente da Província, um dos presentes a essa reunião da Bucha, juntamente com o prefeito. O delegado foi iniciado como bucheiro para preservar o segredo da instituição.
Os bucheiros atuaram na criação da Liga Nacionalista, inspirada nos ideais do poeta Olavo Bilac (1865-1918). A Liga, entre outras coisas, pregava a melhoria e a ampliação da instrução pública no Brasil. Fundada em 1917 pelo professor Vergueiro Steidel (1867-1926), da São Francisco, e tendo como presidente honorário o “Príncipe dos Poetas”, a Liga colaborou ativamente, até mais que o próprio governo, durante a catastrófica passagem de Washington Luís pela prefeitura paulistana. O período ficou conhecido como os cinco gg: Gripe, Guerra, Greve, Geada e Gafanhoto.
A Liga ajudou a montar hospitais e cuidar das viúvas e órfãos durante a epidemia da Gripe Espanhola. A Liga Nacionalista, braço da Bucha perante a sociedade paulista e brasileira, aglutinou na sua direção membros da Faculdade de Medicina e da Politécnica. Estas possuíam também suas próprias organizações estudantis, coirmãs da Bucha: a Jungendschaft (União da Mocidade), na Medicina, e a Landmanschaft (sociedade das pessoas de um mesmo campo), na Politécnica.
A decadência da Bucha começou com a ordem do presidente Arthur Bernardes (1875-1955) de proibir o funcionamento da Liga Nacionalista, após a revolução tenentista de 1924 em São Paulo. Tanto a Liga quanto a Bucha, aliadas à Associação Comercial de São Paulo, chefiada então pelo ex-chaveiro José Carlos Macedo Soares (1883-1968), tiveram importante papel na proteção do povo e na tentativa de abastecimento da capital durante o cerco das tropas legalistas, e foram punidas por isso. Outro fator que causou a decadência da Bucha foi a distorção dos seus valores iniciais. Dentro das Arcadas, com a criação do Centro Acadêmico XI de Agosto, uma instituição forte, com dotação própria, a benemerência da Bucha transformou-se em moeda de troca: quem votasse na chapa de membros bucheiros para a diretoria do grêmio receberia boas indicações e facilidades para sua vida profissional extramuros; quem não apoiasse a chapa estaria fora dos conchavos políticos. Isso causou indignação de uma facção de alunos, que passaram a combater a Bucha dentro do local de seu nascimento. O Partido Republicano Paulista, órgão político dominado pelos bucheiros, rachou em 1926 com a criação do Partido Democrático Paulista, formado em grande parte por ex-integrantes da Liga Nacionalista, que se colocariam ao lado da Aliança Liberal contra o PRP, em 1930.
A importância dos membros da Bucha na política, na diplomacia e no direito pode ser resumida em uma história. Quando a polícia política do Estado Novo invadiu a Faculdade de Direito, apreendeu documentos da Bucha e os enviou a Getúlio Vargas (1882-1954). Este, ao tomar conhecimento das pessoas envolvidas, teria resolvido deixar a questão de lado: não seria possível governar o Brasil sem eles. Outro político famoso, Carlos Lacerda (1914-1977), ao ter acesso a documentos da Bucha, afirmou, a respeito da história dessa sociedade, que “ou se tem o mínimo de documentação, ou não adianta contar, porque vão pensar que é um romance”.
Paulo Rezzutti
(Texto original do meu artigo publicado na Revista de História da Biblioteca Nacional de junho de 2011)
Jânio Quadros e o Monumento a Olavo Bilac
Quem está acostumado com o folclore urbano paulista sabe que não é de hoje que os alunos da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco sequestram estátuas para embelezar sua escola. A velha estátua de José Bonifácio, O Moço (sobrinho e neto* do patriarca), que se encontra em um nicho no hall de entrada do edifício, está lá como prova do velho hábito. Sendo, provavelmente, a primeira estátua em memória a um personagem erguida em espaço público na cidade, foi inaugurada em 1890. Localizava-se no Largo de São Francisco, em um alto pedestal, defronte à Rua São Bento, foi retirada pela prefeitura em 1936 devido a execução de melhoramentos na praça. Alguns estudantes foram até o gabinete do prefeito Fábio Prado tentar reaver a estátua. Como não
conseguiram contar com sua compaixão, um acadêmico, que trabalhava no local, furtou um papel timbrado. Com ele, o grupo falsificou o pedido de entrega da obra, e assim conseguiram retirá-la do depósito e levá-la para dentro da faculdade.
Uma das peças que ornam o largo, a estátua O Idílio, também conhecida como O Beijo Eterno, no qual o bronze eternizou o ósculo de um francês com uma índia, ainda hoje chama a atenção. O que poucos sabem é a história dessa obra.
Na década de 10 do século passado, Olavo Bilac e sua campanha civilista chegaram a São Paulo e encontraram adeptos nas Arcadas. O movimento paulista, capitaneado pelo professor Vergueiro Steidel, fundou a Liga Nacionalista, que entre outras coisas pregava a instrução pública gratuita, o alistamento militar e diversas outras ações. A Liga teve destaque em grandes momentos da história paulistana, como quando da Gripe Espanhola e da Revolução de 1924, o que acabou lhe valendo a dissolução oficial pelo presidente Arthur Bernardes. Quando Bilac faleceu, em 1918, aos 53 anos, os membros da Liga Nacionalista, cuja direção e maioria dos membros eram estudantes e professores da Academia de Direito, e em menor número da Politécnica e da Faculdade de Medicina, resolveram fazer uma homenagem ao poeta. Após o levantamento dos fundos necessários, contrataram o escultor sueco William Zading, professor do Liceu de Artes e Ofícios, para esculpir um conjunto monumental em honra a Bilac. O monumento foi inaugurado em 1922, durante as comemorações do Centenário da Independência, pelo então governador Washington Luís.
A obra foi instalada na praça Minas Gerais, no final da Av. Paulista. Contava com cinco peças de bronze. O busto de Bilac aparecia no centro da composição; nas laterais, encontravam-se A Tarde, O Caçador de Esmeraldas, O Beijo Eterno e Pátria e Família, representando os escritos do poeta.
Em 1936, por conta de controvérsias com os modernistas e alegando ser necessária a remodelação do local para adequar-se ao volume do tráfego, o monumento foi desmontado, e as estátuas foram todas para o depósito municipal. Quando Jânio Quadros assumiu a prefeitura, em 1953, durante uma visita ao viveiro municipal Manequinho Lopes (hoje integrado ao Parque Ibirapuera), deu de cara com a estátua O Beijo Eterno e mandou que o chefe de Parques e Jardins, Artur Etzel, instalasse-a no Largo do Cambuci. Segundo relata Barros Ferreira, o motivo seria que o prefeito, antigo morador daquele bairro, sabia o quanto o local era esquecido pela administração pública.
Logo as reclamações começaram. Um pai, ao buscar a filha na escola, viu a
estátua do casal se beijando e achou imoral. Protestos começaram a ser enviados para redações de jornais e para a própria prefeitura. Por fim, o prefeito capitulou e ordenou a remoção do bronze para o depósito novamente. O prefeito Faria Lima foi mais um que tirou O Beijo Eterno do depósito para dar uma volta, quando ordenou que a obra fosse colocada na entrada do túnel da Av. Nove de Julho. Não demorou muito e o vereador Antonio Sampaio passou pelo local, lembrou-se do caso ocorrido no Cambuci e soltou o verbo na Câmara. Fartos das idas e vindas da estátua, paga pelos ex-alunos da Faculdade de Direito, os estudantes mobilizaram-se. Na calada da noite, retiraram o francês e a índia e levaram-nos para o seu agarramento eterno bem guardado de eventual retórica moralista diante da faculdade.
As demais peças esculpidas por Zading para o monumento encontram-se espalhadas pela cidade. O Caçador de Esmeraldas, que representa Fernão Dias Paes e seu genro, Borba Gato, encontra-se na Av. Pedroso de Moraes, no jardim da Escola Estadual Fernão Dias, no local em que, segundo o Prof. Alfredo Gomes, existiu a sede do Sítio do Capão, pertencente ao bandeirante.
De volta à prefeitura de São Paulo em 1985, Jânio Quadros parece ter ficado bastante ocupado desenterrando estátuas do depósito municipal. Inaugurou o busto de Bilac na praça da Av. Sargento Mario Kozel Filho, próximo do Círculo Militar, no Ibirapuera; implantou O Pensador, ou A Tarde, no Parque da Independência, no Ipiranga; e levou Pátria e Família para a Av. Salim Farah Maluf, remanejada em 1999 para a Praça Presidente Kennedy, na Mooca.
Francisco Pati, orador da Faculdade quando da inauguração do monumento, em 1922, recorda o que lhe foi dito pela irmã do poeta, presente à homenagem:
“Os senhores, paulistas, são os primeiros a lembrar-se de dar à imagem do meu irmão a perpetuidade do bronze. Com esse gesto, os senhores respondem às acusações de regionalismo intolerante. Bilac não nasceu em São Paulo, nasceu no Rio, mas é São Paulo que o consagra. Estou certa de que ele está contente lá onde se encontra. São Paulo era a sua fábrica de entusiasmo.”
Será que ela soube que desmembraram a homenagem e exilaram a estatuaria que ainda hoje se encontra vagando por Sampa sem destino fixo? Bem, fica aí a dica se o pessoal da São Francisco quiser recolher o que lhes pertence de volta!